Farelo de Sementes


Durante os últimos anos, as sementes tem se tornado cada vez mais presente na alimentação da maioria das pessoas devido o poder nutricional que eles oferecem e com isso mudando nossos hábitos alimentares.
Muitas das minhas receitas que postarei em breve falarei do farelo de sementes e por isso decidi fazer um post com os ingredientes desse farelo para que possam saber do que estou falando mas, a quantidade e tipos de sementes fica a critério de cada um.
Esse farelo pode ser substituido por farelo de linhaça ou chia.
Farelo de Sementes

 10 colheres (sopa) de linhaça dourada
10 colheres (sopa) de semente de abóbora
10 colheres (sopa) de semente de girassol
10 colheres (sopa) de chia
10 colheres (sopa) de semente de cânhamo ( opcional)
 Bater tudo no liquidificador ou processador até formar um farelo.
 Para conservar melhor as sementes trituradas coloque dentro de um recipiente e mantenha na geladeira por até 90 dias ou pode ser conservada no freezer para ter uma validade ainda maior.

Quantidade diária:
Eu uso de 1 a duas colheres (sopa) por dia.
Pesquisei sobre o uso de sementes, incluindo  a de cânhamo na dieta das crianças pequenas  e não encontrei nenhuma restrição porém, é sugerido não mais do que um ¼ de colher de sopa diária.

Uso:
- Adiciono de 1 a 2 colheres (sopa) na massa do pão e na crosta, na salada, cereal matinal, no iogurte, salada de fruta, sopas, no suco;
- Apos untar a forma do pão, polvilho o fundo e a lateral da forma com farelo de sementes;
- Molho a bolognese
- Hambúrguer, almôndegas

Através da história da Nutricionista carioca Juliana Crucinsky podemos ver que o diagnóstico de DC é complexo, especialmente nos casos de pacientes assintomáticos ou com manifestações atípicas. Em muitos casos há dificuldade de diagnóstico por achados discordante entre sorologia, clinica e histologia.
A investigação diagnostica da DC deve ser realizada antes da introdução da dieta isenta de glúten, pois a dieta pode alterar negativamente os resultados dos testes sorologicos, mesmo se a doença celíaca se encontrar presente.
De acordo com a Celiac UK,  Associação dos Celíacos do Reino Unido, antes de se submeter a qualquer teste de doença celíaca (exame de sangue ou biópsia), é importante ter pelo menos uma refeição por dia contendo glúten, por no mínimo 6 semanas. Se a pessoa parar de comer glúten e, em seguida, fizer o teste para a doença celíaca, o resultado pode ser falsamente negativo como ocorreu com a Juliana ou seja, o resultado do teste poderá dizer que a pessoa não tem doença celíaca. Portanto, se a pessoa iniciar uma dieta livre de glúten antes de ser testado para a doença celíaca, poderá ter que  se submeter a um “desafio de glúten” (isto é, comer glúten novamente) antes dos testes.
Essa é uma questão delicada pois caso tenhamos (sem saber),  intolerância ou sensibilidade ao glúten, com a retirada dele, vamos nos sentir bem melhor e, dificilmente vamos aceitar a idéia de reintroduzir o glúten, pois isso significa voltar a sentir os mesmos sintomas que nos encomodava há anos.
O teste genético é o exame recomendado se a pessoa tem sorologia negativa e recusa-se a fazer a biópsia, bem como em pessoas que já estejam em dieta sem glúten ou para aquelas nos quais o diagnóstico não está claro.  A tipagem do HLA serve de marcador genético, sendo importante para detectar familiares de DC.
 De acordo com a  Dra. Adriana Sevá Pereira e Dr. Rogério Antunes Pereira Filho, “quando o diagnóstico da DC é incerto por causa dos resultados indeterminados, o teste para determinados marcadores genéticos (haplótipos de HLA) pode estratificar indivíduos com risco alto ou baixo para a DC. Mais exatamente 97% de indivíduos com DC têm o marcador DQ2 e/ou DQ8, comparado a aproximadamente 40 % da população geral. Conseqüentemente, é extremamente improvável um indivíduo negativo para DQ2 ou DQ8 ter DC (valor preditivo altamente negativo).”
No depoimento da Juliana abaixo ela menciona vários exames como de sorologia, endoscopia, teste genético e para saber mais detalhes sobre esses exames, sugiro uma leitura do artigo escrito pela Dra. Lorete Kotze sobre Doenca Celíaca e disponivel aqui, no site do Rio Sem Glúten.
Obrigado Juliana por nos contar sua história e nos mostrar através dela a complexidade do diagnóstico.
Gostaria de lembrar que somente um médico pode diagnosticar DC e que as informações disponíveis nesse blog através de depoimentos possuem apenas caráter informativo.
Você é mais uma entre milhões de pessoas que tem uma relação não amigável com o glúten. Poderia contar a sua história?
Tudo começou quando surgiu a “moda” de tirar o glúten pras celebridades emagrecerem, há coisa de uns 2 anos atrás, mais ou menos.
 Apesar de não ser nenhuma especialista em DC eu sabia que os substitutos dos produtos contendo glúten eram ricos em amido e pobres em fibras, e que dificilmente essa troca seria vantajosa pra quem não fosse celíaco. 
 Resolvi então me fazer de cobaia, justo numa época em que meu peso havia estacionado e o ponteiro da balança não descia, pra ver algo iria acontecer.
 Como eu previra antes, não perdi nem 1 grama! Mas ao perceber a melhora de alguns sintomas que me incomodavam “desde sempre” e que até então, ninguém me dava solução (nem meus conhecimentos de nutrição, nem nenhum médico), isso me chamou a atenção. Sempre sofri com a prisão de ventre, com aftas (muitas e muitas), distensão abdominal, gases, intolerância a lactose, enxaqueca, e sem falar que vivia cansada, como se tivesse “pedra nas costas”. Não tinha ânimo pra nada, e não conseguia ficar mais que 1 mês na academia.
 A enxaqueca era a pior coisa, porque me impedia de trabalhar e atrapalhava minha vida social…tomei diversos remédios, fiz vários exames e nada!
 A medida que fui fazendo a dieta (substituí o pão, os biscoitos e o macarrão pelas versões sem glúten, super pobres em fibra), percebi que, meu intestino estava funcionando melhor, que minha barriga estava ficando mais desinchada e as crises de enxaqueca e as aftas estavam mais espaçadas.
 Mantive a dieta por uns meses (a intenção era fazer só 1 mês), e ao longo de uns 5-6 meses, eu havia melhorado muito de todos esses problemas. Fiquei até com mais disposição pra malhar, apesar de não ter perdido muito peso (nem chegou a 2 Kg), perda essa que eu acho que foi muito mais porque desinchei do que por outra coisa.
 Comecei a pesquisar na internet, porque nada disso condizia com o que eu havia estudado  ele foi minha primeira fonte de pesquisa juntamente com alguns materiais de nutrição funcional, e vi que o glúten podia ter alguma relação com meus sintomas.
 Entrei em contato com a Raquel Benati, que me ajudou a fechar meu diagnóstico e explicou todos os exames que eram necessários, bem como me indicou o gastroenterologista, Dr. Luis João Abrahão Jr., que entende bastante do assunto.
 Fiz a sorologia, mas como já estava na dieta há alguns meses, os resultados foram todos negativos…sem falar que também tenho deficiencia de IgA, o que mascarou ainda mais meus exames. Fiz a endoscopia + biópsia e o resultado foi inconclusivo. Havia uma inflamação generalizada na região do estômago e do duodeno, mas nada específico com relação á DC.
 Aí, eu tinha 2 opções: voltar a ingerir glúten e repetir os exames (e voltar a sentir tudo de novo) ou fazer o teste genético. Obviamente escolhi a segunda opção, e não deu outra: o HLA deu postivo pras 2 frações (DQ2 e DQ8).
 Na época eu já estava tão adaptada que não sofri muito, mas até fechar o diagnóstico, se eu fosse numa festa e desse vontade de comer, mesmo sabendo que passaria mal, eu comia. Com o resultado do exame, minha conciência não ia mais me permitir esses deslizes, e a dificuldade, foi me policiar para ter sempre algum lanchinho na bolsa, pra não passar aperto
 Acabei tambem tendo de ficar mais atenta à contaminação cruzada, e tomei uma decisão meio radical: parei de comprar alimentos com glúten pra minha casa e combinei com o marido, que caso ele quisesse comer algo, tipo uma pizza, era mais fácil ligar e pedir so pra ele, do que preparar em casa, como fazíamos antes.
  O glúten é o vilão e para quem?
O glúten é o vilão pra todo mundo q tem algum grau de sensibilidade a ele. Aos celíacos, cuja sensibilidade é altíssima e mesmo pequenas frações são capazes de fazer muito estrago e às pessoas que apresentam sensibilidade a ele, sem ser celíacas (sem apresentar dano intestinal “vísivel” aos exames tradicionais). A grande dificuldade está justamente em saber quem é quem, quem tem algum grau de sensibilidade e quem não tem, já que atualmente estão surgindo muitos casos de DC na idade adulta, com sintomas menos “clássicos” (diarréia e desnutrição).
  Qual a diferença entre a nutrição tradicional e a nutrição funcional e qual a importância da funcional para a dieta sem glúten?
A Nutrição tradicional foca mais nas recomendações de energia, de macro (proteínas, carboidratos, fibras e gorduras) e micronutrientes (vitaminas e minerais), para pessoas saudáveis, e/ou com alguma necessidade metabólica especial (crianças, gestantes, idosos, atletas, etc) ou com alguma doença (diabetes, hipertensão, cirurgias, etc). Por mais que em Nutrição Clínica se busque um trabalho individualizado, de forma a adequar o tratamento às particularidades de cada paciente, ao resultado de exames laboratoriais, ao estilo de vida, etc, ainda é uma forma de Nutrição mais “generalizada”.
 É uma ciência bem ampla, que tem vários “braços”, que cuida desde a questão da segurança alimentar, no sentido de defender e buscar meios de garantir que todas as pessoas tenham acesso a uma alimentação digna, até que os alimentos estejam próprios para o consumo (cuidando da validade, temperatura de produção, técnicas corretas de manipulação e armazenamento destes alimentos, por exemplo), além de cuidar das características específicas de cada população, da análise dos alimentos, da elaboração de cardápios, do treinamento de pessoal, entre muitas outras coisas.
A Nutrição Funcional vai mais a fundo, pois busca (aliado ao conhecimento da Nutrição tradicional, cujos conhecimentos são indispensáveis para a prática da Nutrição Funcional), a partir de avaliações mais específicas, identificar e tratar possíveis alergias e intolerâncias alimentares, disbiose intestinal, estresse oxidativo (descontrole entre a produção e o combete de radicais livres), e deficiências nutricionais diversas, além de toda a nossa interação com o meio ambiente, pesticidas, metais e substâncias tóxicas que interferem em nosso metabolismo e que são a causa de inúmeras doenças e da diminuição da nossa qualidade de vida.
Na Nutrição Clínica, nós aprendemos o básico sobre a doença celíaca e sobre os impactos negativos que a desnutrição provovada pela mesma tem na saúde, e aprendemos como tratar através de uma dieta individualizada, sem glúten e equilibrada, de modo a recuperar o estado nutricional e a saúde. Mas saímos da faculdade sem maiores conhecimentos a respeito da suplementação (muitas vezes indispensável no caso dos celíacos) e de outros impactos causados pela ingestão de glúten, além de não se falar nada a respeito da sensibilidade do glúten.
A Nutrição Funcional, desde que chegou ao Brasil, há poucos anos, já vem alertando a respeito da existência dessa sensibilidade ao glúten “não celíaca”, da implicação do glúten em outras patologias, e busca tratar não só a DC, mas também todos os outros problemas associados, como a disbiose intestinal, investiga outras possiveis hipersensibilidades alimentares secundárias, causadas pela própria DC, cuida da alimentação como um todo, e também se utiliza da suplementação de micronutrientes, de forma racional, para otimizar a recuperação do paciente.
Eu, há 11 anos trabalho com Nutrição Clínica, e desde que descobri a minha DC, procurei estudar alguns assuntos levantados pela Nutrição Funcional, que em outras épocas eu achava exagero ou mesmo “sensacionalismo”, e via tudo com muitas reservas. Mas acabei me “rendendo” à Nutrição Funcional, tenho aprendido bastante nos 2 últimos anos e acabei me matriculando na pós…posso dizer que fiz (e ainda estou fazendo) um “intensivão” em DC, e em todos os assuntos relacionados, até porque, é um tema que vai me acompanhar pelo resto da vida, não é mesmo?

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