Há uma tradição consagrada pelo tempo de recitar seções do Salmo 119 após o falecimento de um ente querido e a cada ano no yahrtzeit. Além disso, em situações de doenças graves, D'us não o permita, é costume recitar segmentos deste capítulo em prol do paciente enfermo. As seções escolhidas para essa recitação correspondem ao soletrar o nome do falecido ou do doente.

O Tehilim 119 é único, não apenas em sua duração (consistindo em 176 versos), mas também em termos de estrutura. É organizado em séries alfabéticas de vinte e duas estrofes, cada uma consistindo em oito versos. A primeira estrofe contém oito versos que começam com a letra alef, a segunda estrofe com oito versos começando com a letra bet, e assim por diante. Quando ocorre o falecimento de um ente querido, ou no caso de um paciente enfermo, o Céu não o permita, é costume recitar as estrofes do Salmo 119 que correspondem às letras do nome judaico do falecido. Assim, por exemplo, se o nome da pessoa é Moshê, a recitação começa com os oito versos que começam com a letra Mem (97-104), e continua com a estrofe (161-168) depois (33-40). Essa recitação é então seguida pelas estrofes correspondentes à palavra “ben” (filho de) para um homem, ou “bat” (filha de) para uma mulher, seguida pelo nome judaico da mãe da pessoa. (Alguns costumam usar o nome do pai). Se o nome do paciente é Moshê e sua mãe era Yochevet, então deve-se recitar as estrofes das letras (que formam a palavra “ben”), seguidas pelas estrofes de (Yochevet). Em algumas comunidades, após recitar as estrofes para alguém que faleceu, conclui-se recitando as estrofes que correspondem às letras da palavra hebraica neshamá (alma). Quando se recita este capítulo para um doente, é costume acrescentar as estrofes correspondentes às letras, que formam a frase “kera Satan” (“rasgue o Satan”).. O Salmo 119 apresenta algumas das preces mais famosas e belas no Livro de Tehilim, focando basicamente no anseio do suplicante pelo conhecimento de Torá e perfeição espiritual. No decorrere desse capítulo, David fala de seu desejo ardente de atingir conhecimento e cumprir mitsvot, e como ele não é movido pelas ambições que consomem a maioria das outras pessoas, como desejo de riqueza e prestígio. A maneira mais significativa de levar mérito a alma de um ente querido, ou consagrar mérito em prol de um amigo ou parente enfermo, é reacessar as próprias prioridades e voltar sua atenção e foco na busca da Torá e mitsvot. O Capítulo 119 é talvez a expressão mais clara e inspiradora desses compromisso de fazer da Torá e mitsvot sua prioridade, em vez da busca incessante pela riqueza, fama e gratificação física. Ao recitar o Salmo 119 e interiorizar sua mensagem fundamental para um ente querido, a pessoa leva mérito à alma do falecido, ou ao paciente que está com desesperada necessidade de Divina compaixão

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