Começamos nosso estudo com a seguinte informação: “E estas são as gerações de Itshaq, filho de Avraham: Avraham gerou a Itshaq; e era Iitshaq da idade de quarenta anos, quando tomou por mulher a Rivqah, filha de Betuel, arameu de Padã-Arã, irmã de Labão, arameu. E Itshaq orou

MrY3DiPDCU0/VGYHutCtrzI/AAAAAAACGtY/RyLbIkAiHZk/s640/jlam%2B2.jpg" />insistentemente ao Senhor por sua mulher, porquanto era estéril; e o Senhor ouviu as suas orações, e Rivqah sua mulher concebeu” (Gn 25:19-21). Este parágrafo começa nos falando sobre toledot, que em hebraico significa "gerações, nascimentos". A palavra "gerar" em hebraico é yalad e significa "dar á luz, gerar, produzir, procriar". Significa algo que é produzido ou levado a existir por alguém ou aquilo que procede de tal pessoa. Veremos aqui quem foram os filhos de Itshaq e Rivqah. O texto também nos informa que Iitshaq casou-se aos quarenta anos! Isso nos parece um tanto incomum para os nossos padrões atuais, mas a Escritura nos fala sobre um homem maduro – física, espiritual e emocionalmente – que agora procura casar-se. Isso não se trata e um simples capricho de Iitshaq, mas sim em dar continuidade à promessa que o Eterno fez à sua família. Agora, aos quarenta anos ele está pronto (em todos os aspectos) para casar-se com Rivqah. Este verso nos informa que Rivqah era filha de B´tuel e seu nome pode significar: “homem de El”; “El destrói” ou “casa de El”. Novamente temos aqui um outro aspecto que identifica Itshaq com Avraham: ele orou para que sua esposa pudesse conceber! Esta palavra “orar” vem do termo hebraico ´atar e significa "orar, suplicar". Esta palavra é incomum em seu uso como “oração”, pois denota uma posição de súplica intensa, um ato de implorar algo a alguém. Nesta mesma raiz temos também os significados de “ser abundante” e “perfume (de incenso)”. A palavra usada aqui para Senhor é o tetragrama (IHVH) e significa que o Senhor se tornaria aquilo que Itshaq necessitava naquele momento: a cura de Rivqah! O texto nos diz que ela era ‘aqar, que em hebraico significa estéril. Isso nos fala sobre a sua incapacidade em gerar um filho de seu próprio ventre. Na antigüidade as mulheres estéreis eram consideradas como amaldiçoadas. Certamente que Itshaq sabia disso e foi Àquele que poderia resolver seu problema e o Eterno ouviu seu clamor. Novamente a Palavra nos diz o seguinte: “e o Senhor ouviu as suas orações, e Rivqah sua mulher concebeu”. A palavra "conceber" em hebraico é harâ e significa "conceber, engravidar". Aquilo que parecia uma maldição agora é devidamente mudado pelo Eterno que dá a Rivqah a capacidade de engravidar e ter um filho sem qualquer interferência humana! Nós sabemos que o Eterno agiu neste curto período duas vezes a fim de trazer a nação de Israel à existência: curou Sarah e Rivqah de esterilidade! Sim, quando o eterno determina que algo deva acontecer ele usa de seus ilimitados recursos a fim de cumprir cada um de seus bons propósitos na vida do homem! Agora é Rivqah quem entra em cena: “E os filhos lutavam dentro dela; então disse: Se assim é, por que sou eu assim? E foi perguntar ao Senhor. E o Senhor lhe disse: Duas nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas entranhas, e um povo será mais forte do que o outro povo, e o maior servirá ao menor” (Gn 25:22-23). No início destes versos temos novamente a palavra “Senhor” que é o tetragrama (IHVH)! Agora é Rivqah quem busca por algo e o Eterno torna-se para ela a resposta ao seu questionamento! O que lhe é dito nos mostra novamente o extensão do plano do Eterno para com as nações do mundo: Ele falou-lhe que havia dentro do ventre dela haviam duas nações. É notável que os meninos já “lutavam” dentro dela. Esta palavra “lutavam” vem do termo hebraico ratsats e significa "esmagar, oprimir". Antes mesmo do nascimento dos dois garotos já havia entre eles uma “disputa” num nível inimaginável, pois estando eles ainda no ventre de Rivqah já tentavam “esmagar-se”, “oprimir-se” um ao outro! A palavra ventre é beten e significa "ventre, barriga". No hebraico esta palavra denota “o abdômen inferior”. A palavra nações em hebraico é goi e significa nações gentílicas. Isso não nos parece estranho? Sabemos que Esav é o pai dos edomitas, mas Ia´aqov dá origem às doze tribos de Israel. Como então entender esta palavra? Isso somente pode ser entendido quando percorremos a história e vemos que o Eterno fez com que Israel fosse pulverizado pelo mundo pelo menos em duas ocasiões: no cativeiro Assírio – quando dez tribos foram para lá e não mais retornaram. Os que voltaram foram somente um pequeno remanescente - e na destruição de Israel no ano 70 d. C. pelo general romano Tito. Isso nos mostra que durante a história da humanidade houve uma assimilação muito grande dos judeus no mundo e isso também nos fala de pessoas que viriam a conhecer ao Eterno sem que realmente soubessem quem são. Há muitos judeus cujas identidades foram perdidas durante a história e que hoje são crentes em Ieshua! Então agora percebemos o por que desta palavra dada a Rivqah sobre seus filhos! Seu cumprimento maior estendia-se até os nossos dias e com uma amplitude ainda desconhecida por nós! Há ainda um outro detalhe: no fim do verso temos uma profecia: “e o maior servirá ao menor”. Esta profecia tem se cumprido ao longo dos séculos, pois Israel tem tido a primazia sobre seus “meio-irmãos” descendentes de Esaú! O nascimento dos garotos se deu assim: “E saiu o primeiro ruivo e todo como um vestido de pêlo; por isso chamaram o seu nome Esaú. E depois saiu o seu irmão, agarrada sua mão ao calcanhar de Esaú; por isso se chamou o seu nome Ia´aqov. E era Itshaq da idade de sessenta anos quando os gerou” (Gn 25:25-26). Temos agora um vívido retrato de como tudo aconteceu! Os garotos nasceram prontamente foram diferenciados: Esav significa "cabeludo". Isso se deu porque o menino tinha muito cabelo (pêlo) em seu corpo. Já seu irmão foi chamado de Ia´aqov justamente por estar segurando no calcanhar (que é tido como o ponto fraco do homem). Seu nome significa “calcanhar do Senhor”. Quando os garotos nasceram Itshaq já tinha sessenta anos! Vimos acima que ele casa-se com quarenta anos e que ele orou durante vinte anos para que sua esposa concebesse! Isso nos faz pensar muito, pois vivemos num mundo instantâneo, onde buscamos sempre os caminhos mais fáceis a fim de atingirmos os resultados desejados mais rapidamente. Itshaq orou sem desistir durante muito tempo a fim de que sua esposa fosse curada! Ele não percorreu nenhum caminho mais fácil ou buscou um atalho para receber aquilo que tanto necessitava. Aprendemos com Itshaq a não desfalecermos, ainda que a resposta tão esperada não venha imediatamente como esperamos. Com o passar do tempo cada qual se “especializa” em alguma coisa: Esav foi um perito em caça; já Ia´aqov viva uma vida tranqüila, mais caseira. A frase “perito em caça” vem do hebraico iadâ tsaiid e significa "ter conhecimento prático em caça". Já Ia´aqov habitava em tendas. A palavra “tenda” vem do termo hebraico ´ohel e significa "tenda, habitação". Esta palavra foi usada para definir o tabernáculo de Moshe! Ou seja, enquanto Esav “divertia-se” caçando, Ia´aqov divertia-se ficando “na tenda” (que aponta para o tabernáculo), ou seja, na presença do Eterno! Foi num destes episódios de caça que aconteceu um dos fatos que revelaram aquilo que Esav sentia de fato por si mesmo e pelos direitos que possuía: “E Ia´aqov cozera um guisado; e veio Esaú do campo, e estava ele cansado; e disse Esaú a Ia´aqov: Deixa-me, peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou cansado. Por isso se chamou Edom. Então disse Ia´aqov: Vende-me hoje a tua primogenitura. E disse Esaú: Eis que estou a ponto de morrer; para que me servirá a primogenitura? Então disse Ia´aqov: Jura-me hoje. E jurou-lhe e vendeu a sua primogenitura a Ia´aqov” (Gn 25:29-33). Aqui Ia´aqov tira proveito da situação de seu irmão e “compra-lhe” o direito de primogenitura. A palavra traduzida por primogenitura é bekorâ e significa "direito de primogenitura". A idéia envolve especialmente as reivindicações legais do filho mais velho de uma porção dupla da herança e de outros direitos que lhe poderiam pertencer como mais velho. Este “acordo” foi fechado através de um juramento. A palavra “jurar’ vem do termo hebraico shaba´ e significa "jurar, conjurar"; traz a idéia de “prender-se a um juramento”. Esav então faz aquele negócio com seu irmão e demonstra o que pensa sobre isso: “E Ia´aqov deu pão a Esaú e o guisado de lentilhas; e ele comeu, e bebeu, e levantou-se, e saiu. Assim desprezou Esaú a sua primogenitura” (Gn 25:34). A Escritura nos diz que Esav desprezou a sua primogenitura. A palavra "desprezar" é bazâ e significa "desprezar, desdenhar, manter sob desdém". O sentido básico da raiz é “dar pouco valor a alguma coisa”. Quando Esav desdenha seu direito sobre as bênçãos que naturalmente seriam suas, o próprio D-us então transfere a Ia´aqov este direito a fim de cumprir também a profecia que fora dada a Rivqah: “o maior serviria ao menor”. O Eterno age de forma a concretizar seus objetivos e planos através da vida daqueles que lhe obedecem. Quando houve um período de fome na terra de Canaã, Itshaq vai para o Egito a fim de não ser atingido por essa assolação. Quando isso acontece então o Eterno fala com Iitshaq dizendo-lhe: “E apareceu-lhe o Senhor, e disse: Não desças ao Egito; habita na terra que eu te disser” (Gn 26:2). A palavra Senhor aqui é novamente o tetragrama! Isso significa que o Eterno se tornaria aquilo que Iitshaq novamente necessitaria: a provisão contra a fome! Iitshaq somente teria de obedecer – não indo buscar ajuda no Egito - a fim de receber aquilo que o eterno já havia preparado para ele! A palavra do Eterno para Iitshaq foi: “Peregrina nesta terra, e serei contigo, e te abençoarei; porque a ti e à tua descendência darei todas estas terras, e confirmarei o juramento que tenho jurado a Avraham teu pai; e multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus, e darei à tua descendência todas estas terras; e por meio dela serão benditas todas as nações da terra; porquanto Avraham obedeceu à minha voz, e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos, e as minhas leis” (Gn 26:3-5). As primeiras palavras do Senhor para Itshaq foram: Peregrina nesta terra! A palavra peregrinar é gûr em hebraico e significa "residir, ajuntar-se, ser estrangeiro, morar (em/com), reunir, permanecer, peregrinar, habitar". A ordem é que ele habite “nesta terra”. A palavra “terra” vem do termo hebraico erets que significa "terra, cidade, mundo". Houve também a menção do Eterno de abençoar a Itshaq. A palavra abençoar é barak, e significa "dar poder a alguém par ser próspero, bem sucedido e fecundo". Quando juntamos tudo temos o seguinte: o Eterno ordena a Itshaq que resida, habite temporariamente numa terra estranha – pois ali não seria seu lar definitivo – e ele ainda diz que mesmo numa terra estranha ele o abençoaria, dando-lhe poder para ser próspero, bem sucedido e fecundo! E há ainda outros detalhes: o Eterno continua dizendo que daria à descendência de Iitshaq aquelas terras. A palavra descendência é zerá e significa "descendentes físicos". A terra outrora fora prometida a Avraham e novamente o Eterno repete a promessa que já havia feito a Avraham sobre a terra onde agora eles pisavam! Não há como impedir o agir do Eterno! A palavra se completa dizendo: “e por meio dela serão benditas todas as nações da terra”. Nesta frase temos os elementos que apontam para os dias atuais, pois o Eterno diz que “abençoaria todas as nações da terra” através da semente – descendência física” de Itshaq! As palavras “abençoar” e “semente” já foram comentadas acima; destacaremos somente a palavra “nações” que vem do termo hebraico goi e significa nações gentílicas. Isso nos fala que os judeus haveriam de abençoar – dar poder para serem prósperos, bem sucedidos e fecundos - aos ímpios e pagãos em toda a terra! Ou seja, os judeus seriam o canal através do qual o Eterno daria ao mundo tudo aquilo que eles precisariam para seu viver diário! E não é difícil comprovar isso em nossos dias... O Senhor continua falado sobre a descendência física de Iitshaq, dizendo que seriam numerosos, em hebraico rabah que significa "ser grande, tornar-se grande, ser numeroso, tornar-se numeroso". Além disso foi-lhe dito que através dessa descendência física todas as nações da terra – goi – "nações gentílicas", seriam abençoadas. Estas nações então receberiam poder para ser prósperos, bem sucedidos e fecundos! O Senhor liga isso à obediência de Avraham que ouviu-lhe à voz e portanto recebeu do Eterno inúmeras bênçãos! Itshaq, juntamente com sua família habitou em Gerar. O nome desta localidade - Gerar - significa “casa de guarda (guarita)”. Certamente este era um tempo em que Iitshaq deveria estar numa posição de maior vigilância, pois estava num território estranho, longe de seus familiares e conhecidos e portanto deveria ter cautela em tudo aquilo que fizesse. Seus novos vizinhos quiseram saber quem eram eles e o que os levara para ali. A postura de Iitshaq foi a mesma de Avraham quando desceu ao Egito: ele mentiu sobre sua esposa. E isso quase trouxe uma tragédia sobre o povo que ali habitava! Está escrito assim: “E perguntando-lhe os homens daquele lugar acerca de sua mulher, disse: É minha irmã; porque temia dizer: É minha mulher; para que porventura (dizia ele) não me matem os homens daquele lugar por amor de Rivqah; porque era formosa à vista. E aconteceu que, como ele esteve ali muito tempo, Abimeleque, rei dos filisteus, olhou por uma janela, e viu, e eis que Iitshaq estava brincando com Rivqah sua mulher” (Gn 26:7-8). Apesar daquilo que Itshaq tinha dito sobre Rivqah, Abimeleq, cujo nome significa “meu pai é Rei”, notou algo estranho entre eles. A nossa tradução diz que eles “brincavam”; no hebraico esta palavra é tsahaq e significa "rir, divertir-se, brincar, acariciar, trocar carícias íntimas". É lógico que alguém veria que entre Itshaq e Rivqah haviam intimidades muito maiores que aquelas que julgamos “normais” entre irmãos! O que acontecia entre eles era que mantinham uma postura tal que procuravam evitar um contato físico maior entre si em público! Porém parece que alguns atos “escaparam” de seu controle e foram vistos “trocando carícias íntimas” entre si. Isso assusta Abimeleq que chama a Iitshaq a fim de questioná-lo sobre o fato, e quando lhe é confirmada a verdade – que Rivqah e Itshaq eram cônjuges – Abimeleq ordena que nenhum homem da terra toque em Rivqah, pois ele sabia que se tal fato ocorresse isso atrairia um enorme problema para todo o povo da cidade. Quando Iitshaq diz a verdade, ele libera o poder do Eterno a fim de abençoa-lo e multiplica sobre si a consumação daquilo que já havia sido prometido à ele: “E semeou Itshaq naquela mesma terra, e colheu naquele mesmo ano cem medidas, porque o Senhor o abençoava. E engrandeceu-se o homem, e ia enriquecendo-se, até que se tornou mui poderoso” (Gn 26:12-13). Isso demonstra para nós que a obediência aos preceitos do Eterno realmente liberam sobre a vida do homem as suas promessas. Note que Iitshaq estava semeando em terra estranha, mas mesmo assim ele colheu “cem medidas”, porque o Senhor dava a ele poder para ser próspero, bem sucedido e fecundo em todas as coisas que realizava! A palavra “medidas” vem do termo hebraico sha´ar com o mesmo significado. Na raiz desta palavra temos também o termo "porta (de cidade)" e também o significado de "calcular, estimar". Isso demonstra que quando Itshaq entrou naquela cidade a autoridade do Eterno estava com ele e isso fez com que tivesse sucesso diante dos olhos daqueles filisteus; mais ainda, ele certamente estimou, calculou que sua colheita pudesse ser boa, mas ela foi na medida da “bênção” do eterno (IHVH)! A palavra “colheu” foi mal traduzida, pois vem do hebraico matsa´ que significa “achar”; ou seja, ele semeou e achou, um ano depois, cem medidas (que poderiam ser traduzidas por “portas”) de bênçãos de IHVH! Com o crescimento e o enriquecimento alarmante de Iitshaq, surgiram também os problemas inerentes a ser rico. Os pastores – que eram os empregados de Itshaq – começaram a ter problemas com aqueles que tinham rebanhos em Gerar, pois eles disputavam entre si os melhores pastos e a água disponível, cada qual para seu rebanho. Iitshaq e os seus saem de Gerar e vão até Beer-sheva, cujo nome significa “poço [ou fonte] dos sete”. Sabemos que o sete representa a totalidade, plenitude; então ali Iitshaq haveria de receber algo do Eterno que lhe traria totalidade, plenitude. Há uma interpretação do Midrash que nos mostra o motivo por esta disputa: “Quando os servos do Rei Avimêlech viram como Itshaq ficara rico, sentiram inveja. Maldosamente, entupiram todos os poços que pertenciam a Yitschac. Estes poços haviam sido cavados pelo pai de Itshaq, Avraham. Yitschac ordenou aos servos: "Limpem meus poços de toda terra e sujeira com que os servos de Avimêlech os encheram." O Rei Avimêlech se deu conta que a inveja de seus servos poderia lhe trazer problemas. "Vá embora," ordenou ele a Itshaq. "Você ficou muito mais rico que nós." Itshaq obedeceu, saindo da vizinhança da corte do rei, apesar de permanecer na terra dos pelishtim. Assim que havia se estabelecido, ordenou aos servos: "Cavem a terra. Talvez achemos novos poços de água." Os servos cavaram fundo e encontraram um manancial. Assim que souberam disso, os servos de Avimêlech afirmaram: "Na realidade, este poço pertence a nós, porque Itshaq achou-o em nossa terra." Eles expulsaram os servos de Itshaq para longe do poço e o tomaram para si. Mas algo estranho aconteceu! Quando os servos do Rei Avimêlech tentaram extrair água do poço, não saía água. O poço havia secado. Então, os servos de Avimêlech devolveram o poço aos servos de Itshaq. Assim que Itshaq recuperou a posse, este novamente se encheu de água. Itshaq chamou este poço de Essec, que significa "luta", referindo-se ao fato de os servos de Avimêlech terem lutado por este poço. Itshaq ordenou aos servos: "Cavem novamente". Desta vez, acharam um segundo poço e novamente os servos de Avimêlech o tiraram dos servos de Itshaq. Mais uma vez D'us os puniu e, quando tentaram tirar água do poço, este permaneceu seco. Quando os servos de Avimêlech viram isso, devolveram o controle do poço a Itshaq. Itshaq chamou este poço de Sitna. Sitna quer dizer "distúrbio", porque os servos de Avimêlech o haviam perturbado, tirando-lhe a posse do poço. Itshaq então ordenou aos servos que voltassem a cavar e estes encontraram um terceiro poço. Desta vez, os servos de Avimêlech não tentaram tirar-lhe o poço. Haviam aprendido a lição! Itshaq chamou este poço de Rechovot, que significa "espaço amplo" ou "alívio", pois, desta vez, os servos de Avimêlech pararam de discutir com ele; finalmente, encontrou paz e alívio das contendas”. Então ali acontece algo ainda mais extraordinário: “E apareceu-lhe o Senhor naquela mesma noite, e disse: Eu sou o Deus de Avraham teu pai; não temas, porque eu sou contigo, e abençoar-te-ei, e multiplicarei a tua descendência por amor de Avraham meu servo. Então edificou ali um altar, e invocou o nome do Senhor, e armou ali a sua tenda; e os servos de Itshaq cavaram ali um poço” (Gn 26:24-25). Agora o Eterno é visto por Itshaq! No original aparece a palavra ra’ah que significa "ver, contemplar", juntamente com o tetragrama – IHVH – o que nos diz que “Aquele que se torna aquilo que necessita o homem” estava diante de Itshaq a fim de tornar-se a solução de seu atual problema! O Eterno diz a Itshaq que ele é Elohim – o D-us Criador que apareceu a Avraham. Ele lhe informa que seria com Itshaq e que o abençoaria – dar-lhe-ia poder para ser próspero, bem sucedido (mais ainda) e fecundo e que ele teria sua descendência física – zerá – multiplicada por amor a Avraham seu pai! Nós podemos perceber o seguinte: por causa da promessa que havia sido feita a Avraham e ratificada a Itshaq, agora o Eterno aparece a este mesmo Iitshaq a fim de somente confirmar aquilo que já estava sobre sua vida: o fato concreto de estar recebendo tudo o que lhe fora prometido! Nós já vimos que Itshaq era um homem de muito sucesso, graças à sua obediência! Mas o Eterno diz-lhe que ele receberia ainda mais sucesso e engrandecimento familiar! Novamente somos levados a crer que todas estas coisas não devem ocupar o primeiro lugar em nossas vidas. Itshaq não as pediu; porém o Eterno D-us é que apareceu-lhe e informou-lhe que tudo isso seria-lhe dado como uma confirmação da aliança que havia entre o Eterno e ele! Todos estes fatos ilustram algo que já sabemos, porém não praticamos: a obediência ilimitada traz sobre o homem os ilimitados recursos e bênçãos as mais variadas. Lembre-se que existem nas Escrituras cerca de 8.000 (oito mil) promessas nas mais variadas áreas de nossa vida! Enquanto isso acontecia, Abimeleq antevia o que seria necessário acontecer: uma aliança entre Itshaq e Abimeleq! A Escritura nos diz o seguinte: “E Abimeleque veio a ele de Gerar, com Auzate seu amigo, e Ficol, príncipe do seu exército. E disse-lhes Iitshaq: Por que viestes a mim, pois que vós me odiais e me repelistes de vós? E eles disseram: Havemos visto, na verdade, que o Senhor é contigo, por isso dissemos: Haja agora juramento entre nós, entre nós e ti; e façamos aliança contigo. Que não nos faças mal, como nós te não temos tocado, e como te fizemos somente bem, e te deixamos ir em paz. Agora tu és o bendito do Senhor. Então lhes fez um banquete, e comeram e beberam” (Gn 26:26-30). Aqui fica claro que a intenção de Abimeleq em fazer uma aliança com Iitshaq era justamente o temor que ele tinha quanto ao fato de Iitshaq, como estrangeiro, estar crescendo tanto, a ponto de trazer-lhe um certo incômodo quanto à segurança de seu povo. Abimeleq em sua conversa com Iitshaq confessa duas coisas importantes: a primeira é quando ele diz “... Havemos visto, na verdade, que o Senhor é contigo”. Nesta palavra temos a tetragrama no original IHVH e isso nos diz que Abimeleq reconhecia que ao lado de Itshaq estava Aquele que se torna aquilo que Itshaq necessitava, e que quando Itshaq clamava a este D-us a resposta lhe era dada. Em segundo lugar Abimeleq confessa que necessita fazer um pacto com Itshaq. A palavra "pacto" ou aliança em hebraico é berith e significa "um pacto feito com derramamento de sangue". Era de domínio público que tal aliança não poderia ser desfeita, a não ser que houvesse uma aliança superior àquela feita entre eles. Isso implicaria em que deveria haver um sangue superior ao que fora derramado pelo animal que seria sacrificado para selar o pacto entre eles! Antes do pacto, haveria um juramento. Esta palavra vem do termo hebraico ´alâ e significa "jurar, fazer um juramento solene". Isso significa que ambos primeiro se comprometeram através de suas palavras para depois concretizarem aquilo que fora dito através do derramamento de sangue na morte de um animal. A proposta de Abimeleq inclui os termos: “Haja agora juramento entre nós, entre nós e ti; e façamos aliança contigo. Que não nos faças mal, como nós te não temos tocado, e como te fizemos somente bem, e te deixamos ir em paz”. Quando ele diz que os deixaria ir em paz, está utilizando a palavra shalom em hebraico que significa "paz, prosperidade, bem, saúde, inteireza, segurança". O que Abimeleq diz é que Itshaq parte dentre eles com tudo o que lhe é de direito, mas também com a ausencia de conflitos, com prosperidade – física, mental e espiritual -, com inteireza e segurança totais! Novamente ele confessa que Itshaq é bendito – barak – do Senhor. Aqui novamente aparece o tetragrama (IHVH). Outra confissão de que Aquele que se torna o que Itshaq necessita, tinha-lhe dado poder para que ele se tornasse próspero, bem sucedido e fecundo! Tudo isso é “selado” com um banquete! O banquete na antigüidade era usado a fim de reconciliar-se pessoas inimigas. Neste caso a aliança foi confirmada entre eles e os ânimos foram apaziguados através da comunhão que tiveram quando comeram juntos. Após este incidente, aparecem dois versículos, como se fossem um apêndice ao texto nos dando informações sobre Esav. “Ora, sendo Esaú da idade de quarenta anos, tomou por mulher a Judite, filha de Beeri, heteu, e a Basemate, filha de Elom, heteu. E estas foram para Iitshaq e Rivqah uma amargura de espírito” (Gn 26:34-35). Esav, de forma contrária ao que certamente lhe fora ensinado, toma por esposas mulheres que não temem – nem conhecem – ao Eterno D-us de seus pais. Ele toma para si duas mulheres: Iehûdît, cujo nome significa "judia"; na Tanach refere-se à língua usada pelos judeus; pode também significar “louvada”. Temos ainda Basemat que significa “especiaria”. Na raiz deste nome temos a palavra basãm que significa "especiaria, tempero, perfume, cheiro ou aroma agradável". O resultado está nas últimas palavras desde capítulo: elas tornaram-se amargura de espírito para Iitshaq e Rivqah, pois certamente conduziam Esav por caminhos que lhes desagradavam profundamente! A palavra “amargura” vêm do termo hebraico morâ que significa "mágoa". Isso é somente o reflexo das atitudes de um filho que não honra seus pais. O resultado final da vida deste homem será de uma grande oposição aos descendentes de seu irmão – Israel! Na seqüência temos o pedido de Itshaq feito ao seu primogênito Esav para lhe faça um guisado, a fim de que ele Itshaq possa abençoá-lo antes de sua morte. Enquanto Esav sai para caçar o animal, Rivqah chama Ia´aqov e fala-lhe sobre o que irá acontecer. Ela planeja o que acontecerá então: “Agora, pois, filho meu, ouve a minha voz naquilo que eu te mando: Vai agora ao rebanho, e traze-me de lá dois bons cabritos, e eu farei deles um guisado saboroso para teu pai, como ele gosta; E levá-lo-ás a teu pai, para que o coma; para que te abençoe antes da sua morte” (Gn 27:8-10). Rivqah quer que Ia´aqov receba a bênção de Itshaq seu pai e não Esav! A palavra "abençoe" em hebraico é barak! Ela deseja que Ia´aqov receba o poder dado por seu pai para ser próspero, bem sucedido e fecundo, pois certamente ela consegue discernir que em Ia´aqov serão chamados os filhos de Israel! Ia´aqov argumenta com sua mãe dizendo: “Então disse Ia´aqov a Rivqah, sua mãe: Eis que Esaú meu irmão é homem cabeludo, e eu homem liso; Porventura me apalpará o meu pai, e serei aos seus olhos como enganador; assim trarei eu sobre mim maldição, e não bênção” (Gn 27:11-12). Ia´aqov temia ser amaldiçoado por seu pai Itshaq. A palavra "maldição" em hebraico é qelalâ e exprime o "ser afastado da escolha divina". Perceba que para Ia´aqov o ser incluído nos planos do Eterno é o mesmo que ser amaldiçoado! Isso nos mostra a força do relacionamento que havia entre o Eterno e Ia´aqov. Ele não queria ser excluído dos planos que já haviam sido traçados na Eternidade pelo Senhor! A resposta de Rivqah é ainda mais contundente: “E disse-lhe sua mãe: Meu filho, sobre mim seja a tua maldição; somente obedece à minha voz, e vai, traze-mos” (Gn 27:13). Rivqah assume o ônus da maldição, caso seu plano dê errado! Ia´aqov faz conforme o que lhe é dito por sua mãe e tudo dá certo, conforme ela planejou! O resultado é que Ia´aqov recebe uma das mais belas e poderosas bênçãos que um homem pode receber em sua vida: “Assim, pois, te dê Deus do orvalho dos céus, e das gorduras da terra, e abundância de trigo e de mosto. Sirvam-te povos, e nações se encurvem a ti; sê senhor de teus irmãos, e os filhos da tua mãe se encurvem a ti; malditos sejam os que te amaldiçoarem, e benditos sejam os que te abençoarem” (Gn 27:28-29). Esta bênção é completa sobre a vida de Ia´aqov. Quem lhe daria isso seria Ha Elohim O D-us Criador e inclui a provisão dos céus – aquilo que a eternidade liberaria a fim de supri-lo no reino espiritual - também a fartura e abundância da terra – produto de seu trabalho que lhe seria dado pela terra onde ele estivesse. As “gorduras” da terra viriam sobre ele. A palavra “gorduras” vem do termo hebraico shamen e significa "gordura, riqueza". Na mesma raiz temos a palavra shemen que significa "óleo", que era usado para unção. Aqui a terra produz para ele de forma natural - a abundância de trigo e mosto, que representam a provisão diária e a alegria de vida que nunca cessaria de estar sobre ele e seus descendentes. Para Ia´aqov a terra produziria segundo a sua própria “unção”; ou seja, o solo devolveria à ele tudo o que lhe pertencia enquanto estivesse ligado à Palavra obedientemente. Há ainda algo mais profundo: o Eterno lhe outorga autoridade sobre seus irmãos de tal forma que eles deveriam curvar-se diante dele! Isso equivale a dizer que os judeus receberam autoridade sobre os povos árabes – que são seus “irmãos” – e que estes devem curvar-se à eles – gostem disso ou não - é o que deve ser feito! E a palavra completa-se com uma “repetição” de Gênesis 12.3: “...malditos sejam os que te amaldiçoarem, e benditos sejam os que te abençoarem”. A palavra malditos – ou maldição – aqui é arar e significa "prender por encantamento, cercar com obstáculos, deixar sem forças para resistir”. Isso significa que todos os que amaldiçoam a Israel ou aos judeus recebem como “prêmio” do Eterno a punição de serem presos pelos encantamentos das trevas, além de serem cercados por vários obstáculos e também serem deixados sem forças para resistir ao mal! Isso tudo porque entram em conflito com aqueles que deveriam abençoar - barak, pois quando isso acontece há uma reciprocidade no reino do espírito e estas pessoas recebem poder para serem prósperas, bem sucedidas e fecundas em todos os aspectos de sua vida! Foi justamente por isso que dissemos que esta bênção que foi dada a Ia´aqov é uma das mais completas que existem nas Escrituras! Oxalá todos nós possamos ter o real discernimento de que quando nos posicionamos ao lado do Eterno abençoando a Israel e aos judeus, a conseqüência é que somos liberados no mundo espiritual e recebemos o poder que precisamos para triunfarmos! Quando nos posicionamos do lado contrário, certamente estaremos muito próximos de nossa derrota e da falência de nossos projetos, pois o inferno terá livre acesso à nós através de nossa atitude para com Israel! Após Ia´aqov ter tomado a bênção de Esav, então acontece que chega ao local em que está Iitshaq seu filho Esav e recebe a triste notícia: “Então disse ele: Não é o seu nome justamente Jacó, tanto que já duas vezes me enganou? A minha primogenitura me tomou, e eis que agora me tomou a minha bênção. E perguntou: Não reservaste, pois, para mim nenhuma bênção? Então respondeu Iitshaq a Esaú dizendo: Eis que o tenho posto por senhor sobre ti, e todos os seus irmãos lhe tenho dado por servos; e de trigo e de mosto o tenho fortalecido; que te farei, pois, agora, meu filho? E disse Esaú a seu pai: Tens uma só bênção, meu pai? Abençoa-me também a mim, meu pai. E levantou Esaú a sua voz, e chorou. Então respondeu Iitshaq, seu pai, e disse-lhe: Eis que a tua habitação será nas gorduras da terra e no orvalho dos altos céus. E pela tua espada viverás, e ao teu irmão servirás. Acontecerá, porém, que quando te assenhoreares, então sacudirás o seu jugo do teu pescoço. E Esaú odiou a Jacó por causa daquela bênção, com que seu pai o tinha abençoado; e Esaú disse no seu coração: Chegar-se-ão os dias de luto de meu pai; e matarei a Jacó meu irmão” (Gn 27:36-41). Após o fato acima as relações entre Esav e Ia´aqov ficaram muito abaladas, pois Esav agora queria somente a morte de Ia´aqov, pois fora enganado pelo mesmo por duas vezes! Sabendo disso Iitshaq envia Ia´aqov para Padã-Ara a fim de tomar para si uma mulher de entre sua família! Itshaq não queria que Ia´aqov seguisse os passos de Esav casando-se com uma mulher que não conhecia ao Eterno. E quando ele envia a Ia´aqov suas palavras novamente demonstram com quem estava a bênção do eterno: “E Deus Todo-Poderoso te abençoe, e te faça frutificar, e te multiplique, para que sejas uma multidão de povos; e te dê a bênção de Avraham, a ti e à tua descendência contigo, para que em herança possuas a terra de tuas peregrinações, que Deus deu a Avraham” (Gn 28:3-4). A primeira coisa que Itshaq diz a Ia´aqov é que El-Shaday o faça barak. Além disso ele chama sobre Ia´aqov a bênção da frutificação – que em hebraico é parã – e significa "frutificar, ser fecundo, ramificar". Isso nos dá a idéia de que através da descendência de Ia´aqov, Israel se espalharia como ramos por toda a terra! Além disso o Eterno os faria multiplicar onde quer que fossem “plantados”, mantendo sempre o caráter de povo – "am" em hebraico. Esta palavra é usada exclusivamente para designar o povo de Israel. Então Israel se tornaria uma multidão de povos em todo o mundo! Isso realmente cumpriu-se, pois hoje os judeus que voltam para Israel a fim de comporem a nação provém de 127 diferentes nações do mundo! O restante da promessa nos fala que Israel possuiria a sua herança. Eles receberiam as bênçãos de Avraham e também para que em herança viessem a possuir a terra. A palavra "herança" é yarash e significa "tomar posse de, desalojar, herdar, ocupar, apoderar-se". Isso nos mostra que Israel receberia do Eterno a autoridade para desalojar da terra todos aqueles que ali estavam, pois a mesma já fora dada a Avraham como uma possessão eterna por Elohim – o Criador dos céus e da terra! Itshaq faz como lhe ordena seu pai e vai para Padã-Ara em busca de uma esposa. Já Esav quando vê isso faz justamente o contrário: “Vendo, pois, Esaú que Itshaq abençoara a Ia´aqov, e o enviara a Padã-Arã, para tomar mulher dali para si, e que, abençoando-o, lhe ordenara, dizendo: Não tomes mulher das filhas de Canaã; e que Jacó obedecera a seu pai e a sua mãe, e se fora a Padã-Arã; vendo também Esaú que as filhas de Canaã eram más aos olhos de Itshaq seu pai, foi Esaú a Ismael, e tomou para si por mulher, além das suas mulheres, a Maalate filha de Ismael, filho de Avraham, irmã de Nebaiote” (Gn 28:6-9). Novamente fica explícito aqui que Jacó estava honrando seus pais através da obediência. Já Esav fazia justamente o contrário e certamente receberia o prêmio por tal atitude! Que o D-us Eterno nos ajude a compreendermos que seus objetivos jamais podem ser frustrados em tempo algum!

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